O PENSADOR E A PICARETA

Entre pensar, refletir a vida e arrancar pedra a picareta,

Há muito mais semelhança do que se suspeita!

Se com picareta vence-se a dureza e o peso da pedra,

O pensador vence a natural apatia do corpo orgânico,

A indisciplina da mente acostumada ao desordenado pensar

E há de vencer a tendência humana de pensar o fútil!

E, ainda, o pensador há de se tornar um pouco indiferente

Às tentações da modernidade (forte apelo sexual, consumismo,...),

Eu disse - um pouco, o pensador não pode ser um ausente social!

O trabalhar da picareta, em seu esforço é solitário – ele e sua força!

O pensador há de se relacionar muito bem com o silêncio, a solidão!

Mas, o pensador não há de temer misturar-se ao burburinho do povo!

O trabalhador da picareta tem de centrar sua atenção onde batê-la!

O pensador, onde estiver, tem de ver a vida com objetivos superiores!

Quem leva a vida na esportiva, quem empurra a vida com a barriga

Jamais será um pensador sério, poderá criar boas peças humorísticas! (?)

Com base no exposto, concluo: eu não sou um pensador muito sério,

As “tentações” da modernidade atraem-me,... apraz-me vivê-las!

Os ruídos externos me atingem sobremaneira e o fútil agrada-me!

Tenho cá meus rompantes de pensador, mas, ainda sou homem comum.

Manoel de Almeida
Enviado por Manoel de Almeida em 01/02/2012
Código do texto: T3474261
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