O PENSADOR E A PICARETA
Entre pensar, refletir a vida e arrancar pedra a picareta,
Há muito mais semelhança do que se suspeita!
Se com picareta vence-se a dureza e o peso da pedra,
O pensador vence a natural apatia do corpo orgânico,
A indisciplina da mente acostumada ao desordenado pensar
E há de vencer a tendência humana de pensar o fútil!
E, ainda, o pensador há de se tornar um pouco indiferente
Às tentações da modernidade (forte apelo sexual, consumismo,...),
Eu disse - um pouco, o pensador não pode ser um ausente social!
O trabalhar da picareta, em seu esforço é solitário – ele e sua força!
O pensador há de se relacionar muito bem com o silêncio, a solidão!
Mas, o pensador não há de temer misturar-se ao burburinho do povo!
O trabalhador da picareta tem de centrar sua atenção onde batê-la!
O pensador, onde estiver, tem de ver a vida com objetivos superiores!
Quem leva a vida na esportiva, quem empurra a vida com a barriga
Jamais será um pensador sério, poderá criar boas peças humorísticas! (?)
Com base no exposto, concluo: eu não sou um pensador muito sério,
As “tentações” da modernidade atraem-me,... apraz-me vivê-las!
Os ruídos externos me atingem sobremaneira e o fútil agrada-me!
Tenho cá meus rompantes de pensador, mas, ainda sou homem comum.