DIONÍSIO´S BAR

Desprende-te – flua: vá!

Absinto recende, ascende.

Acorda para uma ilusão inigualável.

Razão sobre as plumas

Assim, apenas esverdeado...

Quais as buscas?

Ilusões dissolvidas!

Tragadas junto aos doces...

Flambadas, diluídas.

Absinto!

Absente-se?

Sinto-me!

Estrada distorcida,

"Maveco" envenenado na descida!

Arcaico? Não! Antigo:

Para falar a verdade sobre o que digo:

Lucidez se vai perdida entre curvas sinuosas.

Escondidas em retas intermináveis.

Que eu me ame e me odeio...

Que eu me queira e que me exclua!

O eu de seu verde ventre.

Que me mata e que me pariu:

O eu se viu de olhos cegos em liberdades...

Liberdades de grades, reações, ações...

Potências, vontades!

Um diamante do pensamento,

Uma noite de loucuras,

De amores mais doces e outras travessuras!

Com um amanhecer ainda iludido,

Sonhado e dormindo...

Sempre procurando em sólidos e líquidos:

Amarelos, verdes, caramelos...

Em sons coloridos e em baixo de vestidos

Dizer até logo ao tédio cheio de razão

Jogar-me no vão entre os sentidos...

E o tédio está esquecido...

Deletado.

Lindas garotas dançando Pink Floyd

Idas sem voltas, voltas sem idas.

Uma dança sinuosa...

A beleza discreta escancarada

Sinuosa escura:

Verde fogo luminoso.

Onde me perco

Onde me sinto:

“Garçom, por favor! Mais uma dose!"

“Sim, ab-sinto!”

Leonardo MirandaAlves
Enviado por Leonardo MirandaAlves em 01/02/2012
Código do texto: T3473973
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