as asas das borboletas

são tantas as canções

que ficam perdidas

nos labirintos dos pensamentos

que de tempos em tempos

de luas em luas

de ventos em ventos

despem o peito

de toda a saudade

se espalham por avenidas e ruas

em todos os cantos

nos esconserijos

os mais ocultos da cidade

o corpo pede

o corpo acata

o corpo cede

o corpo disfarça

esconde as fraquezas

usa de todo o traquejo

de toda sutileza

enquanto a cabeça flutua

num rodopio lisergico

e as palavras se esvaem

nuas

sem medidas

sem sentidos

num choque adrenergico

durante uma fração de segundo

com uma força tão maior

que vem de tantas formas

com tantas facetas

mas pode ser

capaz da mudar o mundo

como faz

o bater das asas das borboletas

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 31/01/2012
Reeditado em 31/01/2012
Código do texto: T3472897