as asas das borboletas
são tantas as canções
que ficam perdidas
nos labirintos dos pensamentos
que de tempos em tempos
de luas em luas
de ventos em ventos
despem o peito
de toda a saudade
se espalham por avenidas e ruas
em todos os cantos
nos esconserijos
os mais ocultos da cidade
o corpo pede
o corpo acata
o corpo cede
o corpo disfarça
esconde as fraquezas
usa de todo o traquejo
de toda sutileza
enquanto a cabeça flutua
num rodopio lisergico
e as palavras se esvaem
nuas
sem medidas
sem sentidos
num choque adrenergico
durante uma fração de segundo
com uma força tão maior
que vem de tantas formas
com tantas facetas
mas pode ser
capaz da mudar o mundo
como faz
o bater das asas das borboletas