ANJOS E DEMONIOS
Há dentro de mim, solto, um demônio.
Descuidado demônio que tem um rabo,
que tem uma ponta que me crava a cada momento.
Aqui, sabe, perto da garganta. E dói
como se fosse um aperto, um grito
que não consigo dar.
O meu demônio é muito inquieto:
passeia pelo meu peito,
movimenta meu coração
como se fosse um badalo de sino.
Outras vezes me amortece as carnes
até eu quase desfalecer.
E brinca com meu pênis,
mas me impede de gozar.
Há momentos em que ele se diverte,
dando-me uma sensação de felicidade,
como um arrepio pelo corpo
e uma ardência nos olhos.
Penso então que sou feliz.
Perguntei aos deuses e aos amigos:
dizem, todos, que é amor.
Mas não sei...não sei se quero!
Sinto falta do anjo perdido
que havia dentro de mim.
Há dentro de mim, solto, um demônio.
Descuidado demônio que tem um rabo,
que tem uma ponta que me crava a cada momento.
Aqui, sabe, perto da garganta. E dói
como se fosse um aperto, um grito
que não consigo dar.
O meu demônio é muito inquieto:
passeia pelo meu peito,
movimenta meu coração
como se fosse um badalo de sino.
Outras vezes me amortece as carnes
até eu quase desfalecer.
E brinca com meu pênis,
mas me impede de gozar.
Há momentos em que ele se diverte,
dando-me uma sensação de felicidade,
como um arrepio pelo corpo
e uma ardência nos olhos.
Penso então que sou feliz.
Perguntei aos deuses e aos amigos:
dizem, todos, que é amor.
Mas não sei...não sei se quero!
Sinto falta do anjo perdido
que havia dentro de mim.