Desobrigue
Me desobrigue das quantidades
Das meias verdades
E das falsas metades
Me desobrigue do riso amarelo
Do aplauso esperto
E do olhos abertos
Me desobrigue da condição de alerta
Do andar apressado
E da bala a espera
Me desobrigue do olhar penoso
E de olhar no povo
O sofrimento em seu rosto
Me desobrigue de não sonhar
De ficar acordado
E a esperança matar
O que quero,
É a verdade inteira
O riso sincero
E os olhos fechar
Andar lentamente
Do meio do povo
Mas um povo contente
Vivendo apenas
As estações das flores...