Destino
A Saudade dança em minha cabeça
Como urubu a espreita de carne morta.
Cá em vida eu deito
E finjo.
Falsamente morto
Nessa carne mórbida
Observo o Teu passear
No alto de minhas idéias.
Roubas meus pensamentos.
Sentes o meu cheiro.
Salivas sobre meu corpo
E grunhes vitoriosa.
No chão,
Mecho-me
Debato-me
Atiro-te meus versos
E levanto um pouco mais forte.
Essa é a sacra ordem de nossos destinos.
Eu, carne fria à espera de tua imagem.
Tu, imagem-abutre a me invadir a cabeça.
Nós, versos esparsos numa poesia besta.