O silêncio que tanto me tortura
e cada palavra que machuca tanto,
que corta como caco de vidro
engolido pelo silêncio da carne...
Entre calar e dizer eu prefiro sangrar.
Em vez do prazer que dá calar
eu prefiro a dor de rasgar a carne
e dilacerar este silêncio...
Prefiro a agonia de sair da escuridão
e vir para a luz que me mostra e condena.
E entre viver e não viver hoje
prefiro morrer depois de amanhã.
Mas só depois de amanhã
enquanto ainda há o grito,
o súbito susto do assombro,
apagar o que não foi escrito
e desaparecer no escombro.
É sempre perdida a hora
de desfazer da morte o rito
ou fazer da vida mais um mito;
e existir, só sob absurdos disfarces
nesse silêncio e nessa escuridão,
na carne dilacerada,
no sangue desperdiçado,
no grito derramado.
E não há mais o que dizer:
entre amar e não amar
eu prefiro esquecer...
e cada palavra que machuca tanto,
que corta como caco de vidro
engolido pelo silêncio da carne...
Entre calar e dizer eu prefiro sangrar.
Em vez do prazer que dá calar
eu prefiro a dor de rasgar a carne
e dilacerar este silêncio...
Prefiro a agonia de sair da escuridão
e vir para a luz que me mostra e condena.
E entre viver e não viver hoje
prefiro morrer depois de amanhã.
Mas só depois de amanhã
enquanto ainda há o grito,
o súbito susto do assombro,
apagar o que não foi escrito
e desaparecer no escombro.
É sempre perdida a hora
de desfazer da morte o rito
ou fazer da vida mais um mito;
e existir, só sob absurdos disfarces
nesse silêncio e nessa escuridão,
na carne dilacerada,
no sangue desperdiçado,
no grito derramado.
E não há mais o que dizer:
entre amar e não amar
eu prefiro esquecer...