DIAMANTE BRUTO
Suprema ironia, a que as circunstâncias nos conduzem!
Belas palavras e presumida cultura que impressionam
Falácia imperando em sutis máximas que reproduzem
Pretensas virtudes que assim aos borbotões assomam.
Com certeza te consideras um relicário de perfeição
Pois das críticas acredita-te ser um alvo inatingível
Teus livros não te ensinaram que orgulho é perdição
E que teu altar egóico é decadente e perecível!
Consideraste ofensa ser de diamante bruto chamado
Pois te enxergas isento de qualquer reparo nas arestas
Acreditas que já brilhas como um elefante ajaezado
Mas ignoras que a sujeira se te acumula nas frestas.
Diamantes brutos todos nós somos, nesta estrada
Seres perfectíveis, pois perfeito só Deus o pode ser
Mas a terra e lodo pioraram tua visão adulterada
Recusas a idéia de que brilhem mais do que você!
Dedicado a uma decepção, breve mas salutar.