Desvio de rota

As mais densas brumas do mar

O ponto máximo da madrugada no beco mais escuro

Do ser humano o pensamento mais obscuro

Um semblante de insuspeito terremoto

Um sentimento tão longe caminha sobre a amurada

No tempo do nunca esquecido

De qualquer segredo da Ciência desvestido

O que aquilo seria, eu não sei

Toda a opacidade em torno da lua

Um bêbado urinado na calçada rola da guia para a rua

A face do destino apontando o caos

A total insanidade, a carne humana crua

Esta ode ao desconhecido vaga pelas nuvens

Deita na cama e me diz bom dia

Entre tantos delírios extravaso

E me abraço aos ombros conhecidos

Perco os sentidos na voragem

Da expressão de um rosto conhecido

Estremece-me o corpo

E pensa o cérebro enlouquecido

Vem a manhã de neutralidade

Procuro entre as roupas revoltas

A verdade

taniameneses
Enviado por taniameneses em 30/01/2012
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