Desvio de rota
As mais densas brumas do mar
O ponto máximo da madrugada no beco mais escuro
Do ser humano o pensamento mais obscuro
Um semblante de insuspeito terremoto
Um sentimento tão longe caminha sobre a amurada
No tempo do nunca esquecido
De qualquer segredo da Ciência desvestido
O que aquilo seria, eu não sei
Toda a opacidade em torno da lua
Um bêbado urinado na calçada rola da guia para a rua
A face do destino apontando o caos
A total insanidade, a carne humana crua
Esta ode ao desconhecido vaga pelas nuvens
Deita na cama e me diz bom dia
Entre tantos delírios extravaso
E me abraço aos ombros conhecidos
Perco os sentidos na voragem
Da expressão de um rosto conhecido
Estremece-me o corpo
E pensa o cérebro enlouquecido
Vem a manhã de neutralidade
Procuro entre as roupas revoltas
A verdade