Vi

Vi estrela caindo na noite

Quebrando o breu

Vi olhos sondando

Amando o amor meu.

Vi o improvável

O cálice amargo

Sorvido lentamente

Em cada não existir.

Vi entrega desesperada

Buscando alegria

Cobrindo desvario.

Na tentativa absurda

De mudar o que se é.

Vi sem maldade

Sem querer realidade

Visto que amar se eterniza

Em cada gesto de perdão.

Vi talvez o que todos veriam

A resolução concisa

Sem tanta culpa

Mas confesso que vi

A dor do teu amor não partir.

Vi como quem vê com benevolência

Sem o perigo da prepotência

Nisto que só é permitido

Quando no outro nos fazemos.

Vi mudança ocorrendo

Clareza sorvendo

O que nem sabe

Que aos teus olhos ofereci.

Vi o que não se vê

História novamente paralela

Em páginas escritas

Irresolutas

Mas eu ...Vi.

Vi com os mesmos olhos

Que um dia permiti.

Lucinda
Enviado por Lucinda em 30/01/2012
Reeditado em 30/01/2012
Código do texto: T3469960
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