O Apanhador no Campo de Centeio

Essa é sobre meninos e lobos,

Roubo... De inocência.

Atenção! Não pisque feito estrobo,

Agora é necessário mais que o dobro... De prudência,

Carência... Há, de amor.

Expurgada do seio familiar.

Leva um chega pra lá,

Como quem perde no sumô,

Mamãe de mau humor... Nem precisa de motivo.

Estupidez tamanha.

Nessa a rua ganha,

Outro filho adotivo,

Sem donativo... Faminta.

Na lata tilinta... Alguns míseros centavos.

Mentalidade de trinta,

Infância extinta... No trabalho escravo.

Ensine o caminho.

Ou amarre-se a uma pedra de moinho... Pra ser atirado ao mar.

Gaviões espreitam no caminho.

Odre velho quer novo vinho... Filhote nem chega a desmamar,

Fruto verde no pomar... Não devem ficar sós.

Ainda não é hora da verdade.

Deixem pensar que inimizade...

Só há entre Frajola e Piupiu da Warner Bros,

Ai de vós! Lenço embebido em amoníaco.

Maníaco... Oferecendo doce.

Hora do recreio.

Brinca no campo de centeio,

Tome conta como se filho seu fosse.

Mas não afogue a chupeta no copo de bebida.

Não ensine palavras obscenas,

Nem deixe assistir cenas,

Indevidas.