NUM TOQUE DE CAIXA
Meu coração quer se abrir, mas se encolhe
numa noite de lua minguante.
Maré vazante, baixa, nada mais encaixa!
Apenas dor lancinante que num toque de mestre,
num toque de caixa, num toque de mágica,
apenas num instante, transmuto em sabedoria!
Já não sou mais nau sem rumo...
Já não tenho medo do mar tão espesso
que joga suas águas e me afoga!
Pelo contrário, a meu favor tenho os ventos,
não mais uivantes que ameaçam na madrugada!
Agora é brisa leve,
que me traz o murmúrio das ondas,
e a mensagem de que a felicidade está logo ali,
basta estender o braço e alcançá-la;
basta estender a mão e agarrá-la,
guardá-la com carinho, e com jeito,
para que não fuja mais de mim.
Vera Helena
Vitória/ES
25.07.2011