Por tantas vezes...
Deixei passar como breves nuvens
carregadas pelo vento nordeste
ofensas deliberadas ou não
a mim e a outrem...
Ora, atenho-me como rochedo
Limitando bravas ondas
Coloco limite e provoco embate
Estrondo !
Ponho naturalmente a dizer que;
Enoja-me:
Quando confunde compreensão e bondade
Com estupidez e idiotice !
Quando o agressor esconde a mão e faz-se
de inocente !
Quando os covardes im ponderada mente atacam
Quando a palavra perdeu seu valor
Dão-na sem comprometimento
Quando o medo domina a criatura humana
Transformando-na em fraude,
sado-masoquista
fingidor que perdeu noção de que teve
alguma inocência e decência !
Enoja-me:
Quando frente ao exagerado abuso
Preciso afirmar que não sou nem criança nem imbecil
Que estou enxergando claramente
A manipulação e desonestidade !
Enoja-me:
Quando querem colocar palavras em minha boca
E, quando desejam passar-se por cordeiros
Vítimas e coitados, crendo que irão convencer...
Enoja-me profundamente, disfarçar que vejo
Aí a face de um padronizado manipulador
Enoja-me quando confundem coragem
com petulância, esta última típica da
ignorância, sinônimo de atrevimento, insolência,
estupidez juvenil que desrespeita, por ignorar,
o significado do conceito coragem no sentido
honrado, que implica o agir com integridade e
sobretudo prudência diante a um guerreiro:
aquele que conhece e vence seu inimigo interno!
Enoja-me:
Quando falso testemunho é erguido
Quando para esconder seus defeitos
Falam do alheio
Enoja-me, ainda mais, a ignorância
de que a mim não podem enganar
( só porque não os desmascaro)
Enoja-me:
Quando usam de subterfúgios
Adulações, migalhas, promessas
para confiança conquistar
traindo e usurpando na primeira oportunidade!
Enoja-me:
“Acharem” que minha alma está à venda !
Confundem civilidade com anulação e ou
comodismo!
Enoja-me:
A ponto de contrair minhas vísceras
A que ponto chegamos nesta guerra fria !
Mais me vale um cão adestrado,
Domesticado, rosnando
a qualquer transeunte
do que criaturas humanas
que tem medo de ousar o pensamento!
Enoja-me:
Quando prejulgam os outros
consoante a si próprios;
passíveis de enormes auto enganos!
Enoja-me:
Quando generalizam
se alguns conseguem ainda enganar...
Enoja-me:
Quando crêem-se sabidos
Querem tirar vantagem e tudo e todos
Crendo-se superiores, espertinhos...
Enoja-me:
Quando os fascistazinhos incompetentes
Perdem a oportunidade de crescer
E entender que somente a si prejudicam
Porque vivemos num círculo
Onde tudo a si retorna !
Enoja-me:
O esquecimento da venda que cada qual
tem em seus olhos,
Vileza
Ingratidão
Passividade
Covardia
Mentira deslavada
Enoja-me: Enojar-me
mas se à indiferença
ao que me enoja entregar-me
consequentemente insensível me tornarei
ao que me causa bem estar !
Humanamente demasiada tendo confessado
deixarei passar por tantas outras vezes
ofensas, deliberadas ou não,
como densas nuvens
sopradas por ventos
e à outras dimensões do estar no mundo
dedico-me e dedicar-me-ei ...