Privação dos sentidos

Incompreensível mundo este no qual seres humanos conversam, acariciam

E até no mesmo leito dormem abraçados a um ser irracional

“Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra”.

Eis que esse homem se transforma entre os seus em fera

Mente, rouba, estupra e mata

Ah, foi a privação dos sentidos

O estresse da vida moderna, perdi a calma

Mas aos cães e aos gatos se entregam de corpo e alma

Em perfeita osmose

Em detrimento da zoonose

Deplorável sociedade esta que sumariamente julga e condena, até sem provas, um réu

E faz sentar na cadeira elétrica o pobre e preto irmão

E já, durante a Santa Inquisição, queimou inocentes no fogaréu

E muito antes disto jogou gente na boca do leão

Estranha gente que não se dispõe ao outro ouvir

E nem com ele quer dialogar

Pessoas falam, não a língua dos anjos, mas idiomas diferentes

Os gênios não se combinam

Indigno indivíduo, retira do habitat natural

Um ser que não lhe é igual

Por outro lado, o seu semelhante alicia, sevicia e sacrifica em orgia, bacanal

Humanidade contaminada, espíritos carentes

Não consideram os amigos, precisam de leis para ajudar os parentes

Ó, cidadão que ignora o mendigo dormindo na calçada

Não lhe estende a mão, dele sente asco

Não lhe dá um níquel, um mísero pão

Sequer uma frase, uma palavra de esperança

Mas ao bicho de estimação

Dá conforto, luxo

E o amor que nega a uma criança

taniameneses
Enviado por taniameneses em 28/01/2012
Reeditado em 28/01/2012
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