POEMA NA CORDA BAMBA.
Dois poemas lindos,
na corda bamba
do circo nosso de cada dia
nos dai hoje
sob a tenda.
na boca menor que o batom,
na face do sorriso palhaço
onde nascem
debaixo dos girassóis,
dois olhos flor.
A dançarina elefante incendeia a platéia
e arrebenta o meu peito de aço,
sem dor.
Eu adoro o circo da vida plebéia
de um globo da morte . . .
que um dia há de vir.
Eu adoro a vida por inteiro . . .
vivida.
o danúbio azul no trapézio
que assassina.
o pirata cara de mau
e a sua sina.
o trombone perna de pau,
desfolhando, desfolhando
a bailarina.
e eu? . . .
eu menino,
leso, liso e louco
no picadeiro . . .
da vida.