Nunca quis ser teleférico

Caberia em um frasco pequeno toda a saudade que ela sentia

mas segundo as suas palavras nen mesmo essa cidade à abrigaria

Ela sabe o segredo das luzes no céu mas prefere explica-las usando metáforas

e quando questionada "qual o gosto do mel?" esnobou em sorriso e nada disse.

Nunca quis ser teleférico, com suas vias já definidas e seu destino imutável

em teu solo alastrava-se a necessidade do perigo, o alento em transgredir tudo que há

Saciava-se por alguns instantes e depois respirava o forjado ar do descaso

suas glândulas lacrimais eram dispensáveis

Sonetos lhe foram escritos, seu nome adornou refrões

era até perceptível um notável entusiasmo antes do fatal olvidar

o que pra alguns ja cabiam como consolo, para outros...é, esses lhe davam as costas revoltos

David Ribeiro
Enviado por David Ribeiro em 28/01/2012
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