Linfa

Proclamam: que não haja

quem a tudo reaja;

que inexista

quem a tudo resista.

Então, que me seja permitida

cada lágrima caída.

E que eu possa temer

o Câncer que me devora,

e a beberagem do xamã

que me apavora.

Serei o homem

sem face.

Da dor

sem disfarce.

Que me poupem

das bem intencionadas

frases-feitas,

pois eis que vejo

a Ceifadeira das colheitas.

Que me deixem respirar

o último segundo.

E que eu beba

o máximo do Mundo.

Só assim partirei saciado

de Presente e de Passado.