OBJETO DE AMOR
Mulher de quarenta,
teu corpo de vinte
é o mais puro acinte,
eu eu aos cinquenta
me desmancho em teus olhos,
olhos pedintes,
que perderam o pudor
e me tentam e me medem
sem parcimônia,
cadê o pudor?
Virei objeto,
objeto de amor,
e mesmo no inverno,
sinto calor.