Negatoscópio

No consultório do fisioterapeuta,

surpresa:

luz azulada,

fosforescente,

irradiava da imagem

do meu interior.

Eu sabia que eu era anjo encarnado

ou cidadão de K-pax.

Eu não sabia

que eu brilhava

e

que eu era tão reluzente por dentro.

O brilho fazia-me

ser mostrado do interior para fora.

A única coisa que se via,

além do brilho,

eram os ossos engrenados

como uma perfeita máquina.

O fenômeno fez o profissional

olhar e observar...

Analisou e concluiu:

-está perfeito!

...ah, eu achei que eu seria inédito!

Ele desligou o negatoscópio.

Voltei a ser um simples habitante da Terra:

Expressão divina em carne, osso

e sangue vermelho.

L.L. Bcena, 18/08/2000

POEMA 708 – CADERNO DOS ANJOS.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 26/01/2012
Código do texto: T3462720
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