Hoje...
Hoje…
Morrem todos os poetas,
As páginas agora são pretas,
Toda a tinta se dilui pelo papel!
Os beijos amargam…
Sabem a fel,
A pena entrega somente frieza,
As letras derramam apenas tristeza,
Num alargar de águas de dar!
As palavras morrem de amor!
E perecem todas as borboletas
Pálidas, perecem, de asas abertas,
Pois morrem todos os poetas
E se secam todas as violetas…
Porque se vestem de luto!
Definham num sentimento bruto!
E o tempo fecha as portas abertas
E morrem todos os poetas!
E morrem todos os escritos!
Os livros sucumbem aos gritos,
As palavras colam-se ao céu,
As letras se cobrem de véu!
Pois morrem todos os poetas
E também morro eu!