Ciúmes ou zelos...
“Há sempre um copo de mar / para um homem navegar.”
(Jorge de Lima)
O que tenho para contigo
não é ciúme. Tenho zelos.
Tento conter não consigo.
Eu tenho é sede de posse.
Meu amor, tu tens abrigo
neste peito. Tu governas.
Afeto e paz é que persigo.
Este amor é coisa de pele.
Nosso lance é bem antigo,
veio de outra encarnação.
Este amor parece castigo,
deixa-me louco, preso a ti.
Se estais longe vejo perigo
em tudo e em todos, zelos?
Quiçá. O ciúme é inimigo.
Só desejo estar ao teu lado.
Teus carinhos eu mendigo
em todas as noites longas;
só não te amarei no jazigo
se a morte me levar antes.