Menino de rua

Faço da calçada o meu camarim

Onde arrumo os últimos detalhes do show

Antes de jogar meu desespero nas janelas sob o sol

Vou a noite derramar minhas lágrimas de sal

E encarar a vida real numa infância que não conheco

Não é fácil caminhar descalço sobre a afiada ignorância

Acordar numa noite fria não é pior que acordar sozinho

Convivo tanto com o medo que, as vezes,

eu acho que ele já se tornou meu amigo

Brinco com latinhas e coisas velhas no chão

Divido com mendigos minha dor e meu pão

Tantas vezes a morte me sorri

Mas sempre consigo me esquivar e fugir

Mesmo sendo dificil sobreviver nesse lugar

Lugar onde fiz minha moradia

Ruas, avenidas...

Pela janela do seu carro você talvez não me perceba

Mas, eu sempre te observo muito bem

Sonhando um dia estar do outro lado do vidro também.

rafakbrown
Enviado por rafakbrown em 24/01/2012
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