AO BOM AMIGO

Espero que nunca te vás, sabendo que um dia vais.

E quando fores, bom amigo, quero eu ter ido antes!

Direi ao Pedro ou qualquer que tenha a chave,

Recebei esse índio, paraguaio, pantaneiro,

Com trombetas e solenidades!

É homem justo e sábio, verdadeiro

Cordial sua flâmula e firme no aperto de mão!

Destemido na batalha, cordato na paz.

Isso é pouco, vos direi,

sem mais rodeios, na minha singela petição,

Honrado é seu coração, disto sou garante

Na sua oração nunca faltou o nome dos seus,

muito menos deste falho irmão!

Rogarei ao Simão ou a outro que lhe faça as vezes,

Preparai para esse valente cavaleiro,

Uma roda de teréré, nas verdes sombras da sibipuruna

E na brasa, linguiça-de-maracaju e costela de carneiro.

Se houver um rio chamado Nioaque, melhor ainda!

Basta um dedo de prosa

e sabereis como são valiosos seus conselhos.

Purgados os meus pecados, acaso efêmeras

minhas veleidades e devaneios,

Permiti-me estar em sua companhia,

já que eternos são nossos laços atados

em nó de fraterna amizade. Amém!

Dedicado ao meu grande amigo e irmão Alender Max.

Gilberto Ricardi
Enviado por Gilberto Ricardi em 23/01/2012
Reeditado em 19/04/2012
Código do texto: T3456429
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.