AO BOM AMIGO
Espero que nunca te vás, sabendo que um dia vais.
E quando fores, bom amigo, quero eu ter ido antes!
Direi ao Pedro ou qualquer que tenha a chave,
Recebei esse índio, paraguaio, pantaneiro,
Com trombetas e solenidades!
É homem justo e sábio, verdadeiro
Cordial sua flâmula e firme no aperto de mão!
Destemido na batalha, cordato na paz.
Isso é pouco, vos direi,
sem mais rodeios, na minha singela petição,
Honrado é seu coração, disto sou garante
Na sua oração nunca faltou o nome dos seus,
muito menos deste falho irmão!
Rogarei ao Simão ou a outro que lhe faça as vezes,
Preparai para esse valente cavaleiro,
Uma roda de teréré, nas verdes sombras da sibipuruna
E na brasa, linguiça-de-maracaju e costela de carneiro.
Se houver um rio chamado Nioaque, melhor ainda!
Basta um dedo de prosa
e sabereis como são valiosos seus conselhos.
Purgados os meus pecados, acaso efêmeras
minhas veleidades e devaneios,
Permiti-me estar em sua companhia,
já que eternos são nossos laços atados
em nó de fraterna amizade. Amém!
Dedicado ao meu grande amigo e irmão Alender Max.