Obra de Arte

Pego o pincel e a paleta

E em frente à tela vazia

Torno a verdade obsoleta

E a realidade mais fria

Embora nada em mente

Traço suaves nuances

Tênues linhas diferentes

E riscos exorbitantes

O vazio que havia

É lentamente preenchido

Meio noite, meio dia

Os opostos são unidos

E no centro há um ser

Sem alma, sem coração

Sem saber o que quer

A luz ou a escuridão

Novas imagens formadas

Tudo bem retratado

Imagens atuais pintadas

Com as cores do passado

Por não gostar do mancebo

Torno o ser em homem velho

E então é que percebo

Que me olho no espelho

Tudo fora pintado

Ao redor do meu reflexo

Que está pasmo e atordoado

Fico olhando, perplexo

Um espelho ou uma tela?

Outro eu ou um nada só?

Vida amarga, vida bela

Vida, morte, torna ao pó

Edimar Silva
Enviado por Edimar Silva em 23/01/2012
Código do texto: T3456198
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