SOMBRAS

Eu mesma plantei todos estes arvoredos.

Hoje adultos sombreando minha casa.

Eu mesma com todos os meus medos,

Armei a fogueira e soprei a brasa.

Eu mesma comprei a serpente e a flauta.

Fiz a música, as letras, enriqueci a estrofe.

Dentro do meu gosto, deixei pronto a pauta.

O arrependimento chegou, meti-os no cofre.

Ando por aí embreagada, sem beber pinga.

Corro dos espelhos para não olhar meu rosto.

Todas as amarguras que em mim respinga

Nascem rugas profundas de saudades e desgosto.

DIONÉA FRAGOSO

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 22/01/2012
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