SÓ NÃO PERDI A SAUDADE
Meu coração há muito está trancado.
Perdi a chave nos caminhos onde andei.
Também perdi o remo do barco, hoje ancorado.
Perdi a coragem... o desejo na vida, não mais sei.
Perdi a rede e em muitas noites perdi o sono.
O murmúrio do rio chegavam ao meu ouvido.
Eu me sentia nua diante do luar e do abandono,
Abraçando uma saudade de um amor querido.
Perdi a esperança, o encanto, o domínio do querer.
Só não perdi essa saudade que é toda minha,
Que mexe com meus brios, meus zelos, sem saber
Que a quero comigo, mesmo sabendo sê-la tão daninha.
DIONÉA FRAGOSO