Butterfly
Ela nem pode mais se lembrar,
que sou ainda seu amigo.
Seus olhos não choram mais,
seus braços são duas asas
que voaram para longe
quando eu tinha 26.
E em seus olhos eu permaneço
ás vezes tão perto,
às vezes tão longe,
de encontro ao céu,
de encontro ao silêncio.
Cada primavera é o mesmo,
com seu chão coberto de plantas,
cada planta se unindo à outra,
ocultando dos meus olhos frios
a última morada de seus pensamentos.
E quando olho para cima,
quando vejo o décimo quinto andar,
vejo ainda a luz deixada.
Abaixo de meus olhos
saem essas palavras atrasadas
de quando você virou borboleta
e me deixou seguir adiante, sem pensar.