IDOSO
Idoso.
Nós não temos voz, nem vez,
Ninguém houve o nosso grito;
Que se ajunta no vazio turbulento,
E se perde nas procelas do infinito.
Ninguém nos quer,
Ninguém precisa de nós;
Que já fizemos parte do progresso,
E hoje estamos sós.
Até quem já foi um dia,
Nossos braços, nossas pernas,
Cansou da vida e também se foi,
Dividindo, nossas lembranças eternas.
E nossas dores não param
O nosso corpo castiga,
No passo a passo da vida
Nos vence pois a fadiga,
E morremos.