Vivências

Morrer deve ser

como todos os finais

de Conto

de Seriados

de Novelas

de Peças de Teatro

de Filmes:

o escritor feliz pela conclusão,

os atores pela execução.

Os leitores,

a platéia

e os espectadores

frustrados.

Se foi bom,

poderia ter durado

um pouco mais.

Se foi ruim,

melhor não ter apresentado.

As personagens recolhidas

às páginas

dos livros

ou roteiros

em expectativas

de novas leituras

ou de suas apresentações

VIVÊNCIAS

Fecha-se as cortinas.

Apaga-se as luzes.

Desliga-se os aparelhos.

Amanhã tem mais espetáculo

ou não!

L.L. Bcena, 17/07/2011

POEMA 547 - CADERNO: POEMAS AZUIS*

*Dedicado ao meu filho, Phill.

AZUL

Uma vanessa tropical travou na campânula

de uma ipoméia

o vôo oscilatório e helicoidal.

Dobra o quimono de franjas sinuosas,

marchetado e hachureado

com minérios de cobre:

aréolas, anéis, jóias concêntricas,

olhos de íris elétrica e de pupila enorme,

ocelos de um leque de pavão.

Sinto o perfume da flor nova,

com mais dois estames, buliçosos,

e quatro pétalas, de um esmalte raro,

molhadas nas tintas de céus fundos,

e cromadas com faiança das lagoas...

João Guimarães Rosa – in: MAGMA

PS- Phill,

observe que no corpo do poema não aparece o vocábulo 'AZUL', mas o poeta nos arremete a variedade de substantivos azuis e daí o título do texto (coisas de poetas, sobretudo do grande J.G.R).

Leonardo Lisbôa.

Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 20/01/2012
Código do texto: T3452040
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