De cabeça baixa
Ando cheio e derramado,
escorrendo da boca do pote,
pelas tabelas cabisbaixo,
avexado em meio ao trote.
Sou da visão sem nada ver
o acaso que me cerca,
a fusão dos sem porquês,
silhueta à perder de vista.
Minha túnica tão surrada
descorou-se no varal,
que do tudo ao quase nada,
tão desprezado sou desigual.
Na vertente do vão da vida,
sem guarida me renego,
que se dantes já sonhara,
desiludido, hoje me entrego.
Até a certeza que tinha,
definitivamente definhou.