Mudo de endereço

na fantasia o adereço

mudo o jeito que seguro

os talheres e o que como

mudo.

 

Deixo na parede

as marcas das minhas cicatrizes

as cenas, os cenários

das atrizes que fui e nem

sempre foram felizes.

 

Guardo na caixa

os carrinhos, os carinhos

os tempos passados

que se abrirão no tempo

exato em minha existência.

 

A última lágrima caída

deixo na vidro da janela

na neblina que esconde

o que virá,

o que sucederá na minha ida.

 

No jardim a semente

não florescida ainda fica

me incomodando na partida

e a chave no miolo da fechadura

fica aqui quebrada

 

Levo as chaves mestras

para as portas que estão vindo

a esperança e os sorrisos. .

 

A chuva na paisagem conhecida

me faz compreender que as mudanças

não apagam os sóis que aqui foram vividos.

Amanhã, terei outra janela,
outro sol e outra lua.

 

 

 

 

 

 

 

 

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 20/01/2012
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