Meu Tr(B)enzinho
Minha menina, meu benzinho,
sol na praia
lua cheia quase cheia
taça e meia de champagne
teu fogo minha fogueira
rubi nas veias
meu diamante na bateia.
licor de genipapo
brasa de fogareiro
acarajé minha azeitona
minha pimenta de cheiro
flor de dendê no meu sangue
meu bang-bang.
meu enrosco
meu atropelo
avião sem rumo
minha onça pintada
locomotiva rouca do destino
meu tropel de cavalos
minha toda todinha
toda suada.
meu afago meu afogo
teu afago meu afogo
meu afago teu afogo
rosa desgovernada
meu afogo teu sufoco
teu afago meu sufoco
meu desmaio teu desmaio
terra roxa terra roxa
terra roxa
terra roxa semeada.
minha escrava rebelde
dona de mim
soberba insubmissa
minha flor carmim,
subjugando subjugada. . . .
meu trenzinho
meu benzinho minha amada
tua voz rouquinha
sorriso de soquinho
tua voz quentinha
no meu travesseiro
de madrugada.