PARAQUEDAS

Paraquedas

Parachoque

Parafernálias em choque

Os paralelos convergem

Os parafusos distorcem

Os parapeitos sufocam os peitos

Socorro!

Não me enforque

Um raio me contorce

A queda me atropela

A Terra lá embaixo mexe

Vem veloz ao meu alcance

Espatifar-me-á num instante.

Sou o raio

Que penetra o solo

Sou o solo que te cobre

O paraquedas

Não para a queda

Reconstitui no impacto

O colchão de água

Me afoga

E meus fragmentos dispersos

Nas sepulturas de Órus

No choque

Do parachoque

Nas nuvens onde os anjos descansam

Sem clarins

Anunciam o desfecho

E o céu exterminando em chamas

Me fulmina.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 18/01/2012
Reeditado em 18/01/2012
Código do texto: T3448240
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