Cotidiano
passando a roupa na mesa
o sol lá fora
a gaiola suja
o terreiro para varrer
o tanque com a torneira vazando
o pano de chão surrado, e encardido
o sabão no final, já fiozinho
e o rodo quebrado
o travesseiro já está velho
o tênis rasgado e sujo
a chuteira sem o cadarço
a bola vazia
a cabeça pensando sempre
na vida, nas coisas vadias
a saudade as vezes vem
e a alegria, nem sempre chega