FÊNIX: AVE_DO AMOR

Ávido amor,

braseia a cinza

e voa em mosaico

e incendeia o aprisco

das saudades azuis.

E do carvão aceso

renasce a luz,

brasa assoprada,

fagulha de dor,

peito entrançado,

de espinho e flor.

Lume, fagulha talvez,

o brilho dos olhos

dos versos que vês.

E acende as estrelas

por entre as penas

da saudade doída.

E abre seu leque

por sobre o abismo

de plumas traiçoeiras.

E cisma ser fonte,

nascente, cachoeira,

prometendo o porvir

nas janelas acesas,

esperanças derradeiras

queimando na fronte.

Abre asas, voa, encandeia.

Em lágrimas de fogo,

luz e calor,

engole o horizonte

a ave do amor.

E voa e voa para além,

muito além do sol se pôr.

(para o belíssimo poema ATÉ O SOL SE PÔR, de Deley)

José de Castro
Enviado por José de Castro em 18/01/2012
Reeditado em 18/01/2012
Código do texto: T3446844
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