CANTOS NOTURNOS
1.
Nessa hora da tarde,
quase noite,
o poema arde.
E a alma suspira
frágil e nua.
Depois se veste de estrelas
e se enfeita de lua.
2.
Solidões são aquarelas,
nem tristes e nem belas.
Sejam as minhas, sejam as tuas,
trazem sempre leves traços de melancolia.
Sussurros, murmúrios, lamentos...
Espelhos? Janelas? Portais?
Apenas o vento desconfia,
mas não revela jamais.