RESSONÂNCIA DA INCONSTÂNCIA

Sempre essa inconstância

Esse eterno marasmo

Essa lúgubre metamorfose

Essa abrupta osmose

Essa impossível simbiose

Essa dupla face em enlace

Esse sabor de asco

Esse lado mais que negro

Essa redoma de vidro fumê

Essa carta fora do baralho

Esse cheiro acre de segredo

Porque esse medo?

Eu me pergunto repetidas vezes

Procuro qualquer reposta, mesmo idiota

Em vez disso dou com a cara na porta

Quando não, a louca e camicase figura

Grogue, na sua overdose de neurose

De vazão, de sermão, pedindo pão

Ou seriam gotas de compaixão?

Tem, horas, que creio ser, pode ser...

Só carência, incoerência talvez demência

Ou doses homeopáticas de abstinência

Ou tratamento com paliativos para ausência

Noutras acho que é só opulência da sempre solidão.

Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 16/01/2012
Reeditado em 05/09/2020
Código do texto: T3443032
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