Não quero que me digas como é o mundo
Não quero que me digas como é o mundo
Assim como se eu não o soubesse
Mas somente tu e com a tua experiência
Há um mundo que não alcanças
Há um mundo que não é o prometido
Há um mundo real e que é meu
Onde as coisas funcionam satisfatoriamente
Não tem cobertura de sonho
Não tem esperança, não se sabe o que é isto
É um mundo feito de nada e coisa alguma
Assim como o rei nu
Este mundo anda a cavalo
E o rei sou eu
Rei da minha vontade e não de súditos
Que passam ao longe e entre as flores
Todos feitos das mais imediatas cores
Tenho janelas abertas para o tempo
Chuva e sol e luz e vento
Regatos e cachoeiras
Tudo é vivo sempre
Nada apodrece
E quando me sinto perplexa
É tão somente porque há um pensamento inexpugnável
A consciência da música infinda
O não saber
O não estar
O não ser