Cinzas
Permito-me olhar-te,
Um instante apenas, vazio...
Sombrio como a chama fugaz
Que acende o cigarro, desvanece e se apaga
Neste instante, enquanto a brasa
Ardente se dissipa em cinzas
Vejo teus olhos tristes, cinzentos talvez
Esboçar a chama de um sorriso fugaz
Mas como a brasa efêmera,
Desvanece em ti a face pálida.
O sorriso em sombra sutil do silêncio que inspiras.
E volto a olhar-te, por entre a fumaça
Branca e pesada, enquanto o esboço
Se transforma em cinzas
Permito-me mais uma vez olhar-te
Mas o silêncio frio da chama que se apaga
Permanece no ar, e se dissipa
O resto, é somente cinzas