ESPELHO

Até quando Senhor?

Até quando suportarás tudo que vês?

Tanta desigualdade...

Uns que tendo tanto...

Esquecem, ignoram, pisam e repisam os que não tem

Até quando Senhor?

Até quando a pretensão do homem o levará

Por caminhos tão incertos sem a Ti chegar?

Querendo ainda a Ti comparar

E fazendo juizo, se justificar

Pensa se entender de tudo...

Pensa se ter bons intentos...

Faz se tudo errado de novo

Sem respeitar sentimentos

Percebe se não ser tão melhor

Quererás julgar teu igual?

Quererás ser melhor sendo o tal?

Olhes para dentro de ti, vês teu mal

Teus anseios te privam do bem

Teu orgulho não o faz ver a quem

Faltastes a quem se doou

Podes pensar na falta ou dor?

Do filho que cresceu sem te ver

Ou da mãe que tu esquecestes

Dos olhos do pai que deixastes?

Da mão amiga te afastastes

De fazer o bem já não lembras

Podes por acaso alguém julgar

Ou procurar enfim reparar

Se até de ti amar deixaste?

Vês que a vida não é lenda

O que semeias com certeza colherás

Tomara na colheita só boas sementes colhas

Oxalá dos espinhos verdes que espalhas

Não enganches neles secos amanhã

Consigas ver tu próprio teu mal

Já que vês com tanta clareza do teu igual

Até quem sabe apagar tudo que fazes

E mais uma vez querer ser melhor que outros

Sem melhorar de ti mesmo o brutal

AnjoLuzPoetiza
Enviado por AnjoLuzPoetiza em 14/01/2012
Reeditado em 15/01/2012
Código do texto: T3441141
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