de música e de poesia39
O vazio da tua ausência
é dálias cinzentas de pétalas azedas,
é cachos de uva que não vingaram,
é sangue sem vinho,
é inferno com a luz acesa,
é invernos que estiaram
rios de eternos meninos.
É fevereiros de serpentinas amargas,
veadeiros de chapadas espassas,
velas de pavios obtusos,
açucares de beterraba.
É sóis de alcances escuros,
noite que não acaba
em uma insônia verdadeira, tua ausência:
pesadelo de olhos abertos.