O teu orgasmo me esgasga
o teu escarro , a tua saliva
o livro que eu te dei
você não leu
deixou comprimido
nas gavetas mofadas
não eram contos de fada
falava desse minha dor
que é tão maldita.
Mas fica o dito pelo não dito
eu não dito mais as regras
a tragédia anunciada
os meus conflitos desse mês.
Ainda engasmo em teu orgasmo
teu delirio
é minha sanha, é minha sina
assassina de mim – suicida
era raiva que congela o pensamento
esse lamento em nota abemolada
Nada, nada! Eu disse: nada!
a mim combina ou concorda
eu sou descarada discórdia
Olha esse meu olhar ferido.
Vê, viva e se regogize
na minha pele marcada
essa sarna
essa alma que agoniza.
É só pretexto, esse texto assim fingido
pra dizer que odeio esse amor
que vai comigo, nessa labirinto
que eu sou , em minha entranha
é essa estranha que me sou
em tua cama na tua boca que me assanha
sem saber se sou cura, ou sou ferida.
Ou se não sou
nada mais além do que me maldito
nesse amor consumidor.
Cristhina Rangel.