Nesta folha de papel
Escrevo poemas,
Meus poemas, poemas de amor.
Neles refaço-me
Acho-me...
Me pego por instantes
Desdenhando a tristeza
Numa desmedida paixão
Que aflora da poetisa que sou.
Nesta folha de papel
Vislumbro meus passos.
Sou fortaleza.
Autentica matrona.
Diva em meu castelo
Até quando a enxurrada de lágrimas me cobre
No improviso que a vida me impõe.
Nesta folha de papel
Rendo-me aos segredos,
Dos mais sutis aos alvissareiros.
Confundo o amor com um porto seguro
Que me arrebata da solidão
E deste mar escuro e obscuro
Que deixa a deriva o meu coração.