Epopeias Adormecidas
Linhas entrecruzadas nos variados pontos do xis
Tecem suturas em que o amor borda à toa,
Chuvas de lágrimas constituem saudável garoa
Numa plateia de desejos sempre a exigir bis.
Silvos analfabetos desfilam sinuosos pelo espaço
Enquanto os tímpanos são afundados pela erosão dos dentes,
Na constipação macrobiótica que se instala de repente
Há delírios sensíveis controlados por marcapasso.
Na areia do organismo pântanos digerem dissabores
Que se aglomeram pecaminosos em intensa assembleia,
Adubos fortes protagonizam histórias de epopeias
Em que se mostram a vitória de sacros amores.
No íntimo humano há atitudes que são peças de museu
E o sonho fugitivo que o tempo no deserto adormeceu!