Epopeias Adormecidas

Linhas entrecruzadas nos variados pontos do xis

Tecem suturas em que o amor borda à toa,

Chuvas de lágrimas constituem saudável garoa

Numa plateia de desejos sempre a exigir bis.

Silvos analfabetos desfilam sinuosos pelo espaço

Enquanto os tímpanos são afundados pela erosão dos dentes,

Na constipação macrobiótica que se instala de repente

Há delírios sensíveis controlados por marcapasso.

Na areia do organismo pântanos digerem dissabores

Que se aglomeram pecaminosos em intensa assembleia,

Adubos fortes protagonizam histórias de epopeias

Em que se mostram a vitória de sacros amores.

No íntimo humano há atitudes que são peças de museu

E o sonho fugitivo que o tempo no deserto adormeceu!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 12/01/2012
Código do texto: T3437439
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