Enlevo
Pudesse caminhar na direção oposta
Onde não mais me acompanhasses
Nem visse teu rosto refletido
No espelho em que me fito
Tem minha saudade sentido único
Aquele que sempre me leva para ti
Não há resgate para os meus olhos
Impresso na minha retina
O fio de seda do teu toque
A tecer o sussurro da nostalgia
A lembrança do jamais vivido
À espera talvez do que nunca virá
O que sobrevive de uma possibilidade?
E mesmo assim, traga-me o sonho
O peito estendido, tolo enlevo
E o meu coração a mirar-se no abismo
Onde minha mão salta em busca da tua
Fernanda Guimarães
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