LÁGRIMAS DE TINTA

 

Esmago o eco de um grito impotente

e subverto a semântica de um Eros frenético

que apenas deixo existir no absoluto registo

                                                                do silêncio.

Procuro a revelação de mim a mim própria,

numa espécie de aparição,

em que tento harmonizar a consciência e o mundo.

Aos poucos, construo um controlado alfabeto

                                                                   sem nome.

Empresto a minha voz-água

ao fogo de um processo alquímico

que queima o mapa dos meus sentidos.

Sinto-me numa emoção escilante

que invade os paradoxos da minha razão

e me prende a folhas de um livro branco.

E sou imagem das páginas

que choram lágrimas de tinta.

 

Diana Enriquez

 

 

Brisa Solitaria
Enviado por Brisa Solitaria em 12/01/2012
Código do texto: T3436740
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