SABOR DE MAÇÃ
Deitado na cama
Repentinamente me volta
Lembranças de outrora
De tempos longínquos
Eu entre falésias a ti possuir
Nótula sempre viva em mim
Ao alvorecer do dia posterior.
Tresnoite prazerosa
Ao raiar o sol
Na areia molhada
Dois corpos seminus
Sedentos, suados,
Quentes, cansados,
Quase sem forças.
A dormir profundamente
Num silêncio sôfrego.
O orvalho a cair
Ofegância afã
Ânsia a sufocar
Âmago dilacerante
Gosto inconfundível
Sabor de fruta
Maçã do amor
Gosto de rancor
Overdose de martírio e torpor.