I N V E J A
Das grades da prisão
do meu mundo solitário,
mundo triste sem beleza,
invejo a alegria dos pássaros,
o seu cantar, a sua liberdade
e poder voar.
A alegria me foi negada,
mesmo assim,
tive apenas momentos
de grande beleza
que ficaram marcados.
A liberdade é uma utopia
como a vida, uma teia viscosa,
aprisiona e o tempo passa
você se acomoda
não luta e desiste.
Cantar, eu não tenho voz,
mas canto em versos
chorando na solidão
a dor da saudade.
Voar ficou impossível,
minhas asas foram cortadas
logo sedo na primeira tentativa.
Marcus Catão