Cabelos

Desde os primórdios da humanidade
Os cabelos têm uma considerável utilidade
Já na idade da pedra
Pelos cabelos as mulheres eram por seus homens arrastadas.
Metáfora homem e mulher, valia ser amada.
Os cabelos de Sansão eram a sua força e essência
Por amor foi traído, o início de sua decadência.
Nas telas os cabelos das musas são moldura.
Uma Vênus descabelada ou Monalisa careca, lhe faltariam doçura.
Os mulçumanos, certa esperteza.
Cobrem com véus os cabelos de suas amadas
Preservando o âmago da beleza.
Para ti amado, meus cabelos têm divino intuito.
Num golpe involuntário,
Com os cabelos te enfeitiço.
E seus olhos encantados me enfeitiçam num circuito.
E ao afagar meus cabelos, tudo torna-se gentil.
Lentamente fecho os olhos,
Suavemente me afaga, em seus braços me deito.
Perde-se por entre fios, levemente me toma, bruscamente me arranca.
Ferozmente me devora, aos cabelos me domina, nem encaixe anca a anca.
Tolos por aí, podem dizer: - Há em cabelos mera futilidade.
Lisos, ondulados, curtos, crespos, longos, cacheados,
Há em cabelos parte da personalidade.
Não resistamos à força destes apelos
Que se encante, nos encantamos ao charme dos cabelos.