Existe hora?

Jorra de mim poesia em lavas vulcânicas

Transforma o fogo em água cristalina,

Minha menina, meus deuses, minhas santas,

Cubra com a manta sagrada das rimas

E desvenda o segredo e o mistério dos versos

Instrumento aberto no canal da inspiração!

Dor, sangue, mangue, transforme minhas mãos

Em dedos que compõem música

Acústica, na plenitude da solidão.

O poeta explode em mim, luminosa estrela,

Nessa madrugada fria, silenciosa de incertezas,

Luz que ilumina a escuridão!

Fado, fardo, afago, samba, baticum!

O que queres de mim? Respondas que escrevo:

Te ouço, não esqueço, sinto, imagino, quase vejo!

Estou horas a fio a ver navios sem nenhuma embarcação,

Na janela olhando o por-do sol, quando noite de inverno,

Noite sagrada, machado pela madrugada fria,

Não é noite, não é dia, nem sei que horas são!...

Sei que sou livre a escrever versos,

Na hora exata que transborda inspiração.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 11/01/2012
Reeditado em 14/01/2012
Código do texto: T3435551